segunda-feira, 16 de maio de 2011

Há dias assim

Dias em que tudo parece estranho. Em que nos olhamos ao espelho e não parecemos nós. Ou que nada nos corre a jeito. Em que não queremos ouvir, mas ao mesmo tempo pensamos em como seria bom ouvir. Em que temos fome mas a comida não nos cai bem. Em que pensamos nas pessoas que gostamos mas não queremos estar com elas.
Porque nos sentimos desajeitados, desajustados, fora de contexto. Porque nalguns dias não conseguimos disfarçar.
Eu já fui despreocupada, popular, tive muitos amigos e amigas, namorados e liberdade até dizer chega.
Depois responsabilidades e todas as coisas que a idade adulta trazem consigo.
Até que um dia um menino me perguntou: " -O que é que tu estás a fazer aqui?
Eu pensei... aqui onde? No emprego? Nesta cidade? Neste planeta? Ou simplesmente dentro deste corpo? Nesta vida?
Ás vezes esforço-me para não ouvir o eco daquela vozinha pequenina que um dia me fez uma das perguntas mais importantes de sempre.
Escrevo isto hoje e pergunto-me: -Quem irá ler? Devo eu escrever isto?
Ás vezes não se trata de uma questão de direito, mas de dever. Há coisas que devem ser extraidas.
Porque embora tudo na vida de cada um se trate do "eu", nada deve interferir na vida do "outro".
Recordo-me de uma tal professora que desculpava a sua incompetência com uma depressão.
A questão é que todos têm os seus problemas, os nossos não serão decerto mais importantes que os dos outros porque para cada um o seu problema é sempre o maior e o mais importante. Cabe a cada um tomar conta do seu, para que não afete ninguém além de si próprio.

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