sexta-feira, 11 de março de 2011

Dá o exemplo

e espera pelos resultados.
É uma boa técnica para observar o comportamento dos seres humanos.
Provavelmente alguém ainda se lembra de eu ter falado no sr. Martinho, um senhor que é cego e passa quase todos os dias em frente ao meu local de trabalho. Na altura expressei a minha desilusão em relação ás pessoas de um modo geral, que podiam ajudar estas pessoas que têm algum tipo de deficiência, não custa nada, e não o fazem. Incomoda-me mais ainda o fato de muita gente conhecer esta pessoa, saber perfeitamente o problema que ele tem e não ter a atitude de 'dar uma mãozinha' ou neste caso específico, emprestar um par de olhos.

Sempre que eu o vejo, ou que consigo reagir em tempo útil, vou lá fora ajudá-lo. Não me custa nada e para ele é uma grande ajuda. Ele até consegue atravessar as ruas sozinho e fazer a sua vida sem ser necessário que o ajudem, mas sempre que há um obstáculo (como foi o caso deste buraco que ocupa o passeio inteiro e já dura há alguns meses, por causa de umas obras) o sr. Martinho pode beneficiar muito com uma pequena ajuda, que não nos leva mais de 2 minutos, já com um dedo de conversa incluída.

O milagre acontece e o Ser Humano, qual macaco de imitação, muda as suas atitudes de sempre, tendo um pouco mais de preocupação com o bem-estar do próximo. Trocando por miudos: as pessoas daqui, que tanto me viram ajudar o sr. Martinho, começaram a ajudá-lo também e muitas vezes quando não o vejo passar, apercebo-me depois que alguém foi ajudá-lo, emprestando os seus olhos a alguém que já não tem os seus há muito. Não foi só uma pessoa, foram várias que já o fizeram e isso faz-me muito feliz. É a certeza que o humano ainda não se transformou totalmente em pedra e além de muitas palavras, ainda há alguns atos.

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