segunda-feira, 20 de junho de 2011

Who cares

Às vezes acho que sou uma espécie de psicóloga. Uma ouvinte. Oiço os problemas dos clientes que vêm comprar gás. Oiço os problemas dos conhecidos que encontro no café. Oiço os problemas dos familiares. Ouvi (e já nao oiço mais) os problemas da minha ex-amiga.

Escrevo isto para não me esquecer nunca do que significa a palavra ingratidão. Para nunca me esquecer do que significa ser amigo nesta vida. Para me lembrar um dia de um ditado americano "what goes around comes around" e que um dia, quem nos desprezou, quem não nos ajudou, quem nos ignorou, pode (voltar a) precisar de nós. Talvez até para sobreviver.
Como a minha bisavó.
Desdenhou da minha avó (nora), desprezou, humilhou, foi má. E agora tem de viver na casa dela e depender da bondade dela. A filha querida a quem ela deu tudo, a que estava num pedestal?! Essa extorquiu tudo o que pôde e quando "a vaca não dava mais leite", quando não lhe tinha mais serventia, desprezou-a.
O marido disse que não a quer mais na casa dele.
É então que a vida dá tantas voltas e a coloca numa situação bem diferente da inicial. A minha avó, de quem ela não gostava, que ela tanto maltratou, torna-se o seu recurso precioso. Agora ela depende da minha avó. E a sua sorte é que a minha avó apesar de tudo não lhe deseja mal e a trata bem, mesmo sem ela merecer. Como as coisas mudam!

Infelizmente esta história não ensina ninguém porque as pessoas só aprendem a lição quando batem com os cornos na parede. Sim, é verdade.

A minha falsa amiga que desprezou a minha amizade. Fui amiga dela até ás ultimas instâncias e por ela teria feito qualquer coisa. Sofri muito e continuo a sofrer por ter sido tratada daquela maneira.
Nunca na minha vida voltarei a ser sua amiga. Só se fosse muito estúpida.
Por isso não adianta que ela me mande mensagens a dizer que tem saudades minhas ou que me peça amizade no facebook.
Isso só prova que na verdade ela se comporta como um criança.
Uma mulher como ela já deveria ter capacidade para lidar com as merdas que faz, e se quisesse realmente ser minha amiga, teria de se ajoelhar aos meus  pés e assumir que errou. Teria de me provar o quanto lamenta a situação que ela mesma provocou. Teria de me pedir perdão por me ter magoado.
Já não é a primeira vez que nos chateamos, nem éramos amigas há meia duzia de meses. Se ela me conhecesse saberia que eu sou uma pessoa rancorosa e que nunca dou o braço a torcer sabendo que tenho razão.
Se ela me conhecesse saberia. Se ela fosse realmente minha amiga saberia.

Mas as pessoas estão tão centradas em torno do seu umbigo. Demasiado centradas para ouvir os outros, para conhecer os outros. Para se dar ao trabalho. As suas vidinhas inuteis são tão importantes!
Mas alguém quer saber o que eu estou aqui a escrever??? Claro que não! Ninguém quer saber dos meus "dramas" para nada! E eu tenho de ter noção disso, caso contrário apanho uma grandessíssima desilusão.
As nossas vidinhas são realmente inuteis e insignificantes para os outros.
Mas alguém quer saber se eu estou triste? Se eu tenho o que comer? Se eu sou feliz? Se eu progrido ou regrido? Se a minha filha tem sapatos para calçar? Se tem boas notas na escola?
Não, meus amigos, ninguém quer saber disso para nada. Então porque temos nós necessidade de o dizer? Alto e bom som. Ganhei um prémio. Estou doente. Tirei um curso. Estou triste. Casei. Tive um acidente. Gosto de musica. Mudei de casa. Sou feliz. Sei fazer. Não sei fazer.

Who cares?

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2 Comentários:

Blogger Carla disse...

Olá Mónica

Claro que a gente se importa! A vida "coitada" é sempre a culpada, mas traz-nos muitas desilusões e temos levantar a cabeça e continuar a seguir o nosso rumo.

A verdadeira amizade a gente vê nos momentos difíceis e por vezes parece que estamos sozinhos e nos surpreendemos.

Querida ponha o seu melhor sorriso na sua cara e sorria mesmo quando tem vontade é de chorar.

Um beijo grande e um abraço e sim ... espero que estejam todos bem e fique bem vc também.

Carla

20 de junho de 2011 às 12:37  
Blogger Mónica disse...

Obrigada pela força, Carla.
É sempre bom saber que alguém torçe por nós quando estamos em baixo. Há dias em que é dificil sorrir, precisamos do dobro da coragem... Um beijinho querida.

20 de junho de 2011 às 16:17  

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